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Capa - Joaquim Cortés

O Cigano Mat

Le Mat terminou de apresentar sua dança Kalderesh para o cigano que tocou para que ele dançasse com intuito de analisá-lo para ajudar ou não a conseguir um lugar entre o seu povo.

Orgulhoso de seu tento ele tirou o chapéu, que manteve lhe cobrindo a visão o tempo todo em que dançava para curvar-se e agradecer os aplausos... E... seu corpo estremeceu!Mat havia ensaiado exaustivamente para apresentar uma dança cigana diante do Clã de Sitandra se fosse preciso. Estava certo de seu exito, principalmente pela maneira que o "tocante conduziu a música com vertentes diferentes no ritmo para tentar pegá-lo desprevenido. Mat estava sendo testado e deu o melhor de si.

Ele avistou Sitandra bem abaixo do palco com os olhos cheios de lágrimas, ele olha para o “tocante” que sacode os ombros e a cabeça negativamente como que dizendo:

- "Eu não sei de nada"!

O francês se refez brilhantemente da surpresa, como tudo que ele faz, desceu do palco foi até a sua Cigana pegou-a pela mão carinhosamente e voltou ao palco trazendo-a para apresentar aos seus expectadores que continuavam pedindo Bis.

- Um minuto de sua atenção Senhores! Senhoras! São para essa rainha todas as

rosas que guardei!

Soltou Sitandra no centro do palco sendo aplaudida carinhosamente e foi até o "tocante" pediu a ele um (cante Jondo) . Edgar atendeu de imediato! Outros ciganos que estavam no parque e assistiram tudo juntou-se a ele para o (Jondo)

Le Mat foi até Sitandra e a convidou para dançarem juntos dessa vez. "Jondo" é um canto criado pelos Ciganos para incentivar algo que precisem muito fazer.

Os ciganos acreditam que espíritos e entidades os acompanham no dia a dia.

O "cante Jondo" se aproxima ao ritmo dos pássaros, a música instintiva do choupo negro e as ondas; O pássaro e seus fragmentos são devorados pela areia, Mas ele aparece vivo como a primeira manhã de sua vida. É simples na sua forma e estilo vocal de flamenco , uma forma não-degradada da música popular da Andaluzia , cujo nome significa "canção de profundidade". Um Cigano espera que um ente se aposse dele e inspire-o para que seja capaz de fazer a o que deseja verdadeiramente! Com um sentimento profundo.

O Francês e a Cigana dançaram com toda sua alma juntos às palmas curtas e a e as vozes dos ciganos que pareciam vindas do fundo do ser, para que os espíritos se certificassem do seu desejo e os ajudassem. Depois de mais ou menos trinta minutos de passos fortes e exaustivos eles terminaram sendo aplaudidos magnanimamente por todos.

O Cigano ""tocante" rendeu-se ao francês e honrado acompanhou os dois até seu povo na floresta negra de Bjorian, Levando-os diante do KrisRomani para que eles decidissem se integrariam Le Mat ao Clã por merecimento.

Le Mât se dedicou com afinco a ser um cigano fez todas as tarefas a ele recomendadas. Ficou o tempo estipulado afastado de sua Cigana...

E no fim de três luas cheias em uma grande festa de posse os Ciganos do Clã de Cam sagraram o francês Le Mat como "O Grande Líder dos Ciganos"

Com um cântico de pergunta e resposta Ungiram o francês Le Mat em

"O Cigano Mat"

Cântico de Batismo

Kaku: Cigano!

Mat: Aqui estou meu pai.

Kaku Quem és tu entre nós?

EU SOU o Cigano Mat! Cavaleiro da noite e do dia, homem forte e corajoso!

Padrinho: És a força de um grupo! Cigano és poder!

Madrinha: Com tua viola encantarás a Lua Cheia.

Povo: Com teu sapateado ajudarás a Mãe -Terra a sentir teu lamento cigano

Padrinho: Sentirás na relva a energia mais profunda da natureza.

Madrinha: Ao olhar a fogueira, decifrarás o que dizem as labaredas, pois é na chama do fogo que são revelados os mistérios do mundo.

Kaku: Cigano!

Mat: Aqui estou meu pai!

Kaku: Com teus dados revelarás o passado, o presente e o futuro da humanidade.

Padrinho: Cigano!

Mat: Aqui estou e te ouvirei mentor

Padrinho: Com teu punhal te sentirás mais seguro contra as maldades do mundo.

Madrinha: Cigano!

Mat: Aqui estou Mentora. diante de sua benevolência!

Madrinha: Tu te sentes homem forte e seguro do que queres?

Mat: Como a certeza de que o Sol nasce todos os dias!

Kaku: Etão tu é como a árvore frondosa de tronco grosso!

Padrinho: Tu iras proteger-nos das falsidades desta vida terrena.

Madrinha: Ao olhar para o infinito que tu possas sentir a tua energia.

Mat: Serei como a chuva caindo na relva...

Fez-se silêncio! por um minuto talvez, sendo quebrado por uma voz grave que disse com autoridade e convicção

Cigano!

Mat: Estou aqui senhor... Eu ... Estou aqui! (Mat engoliu seco e firmou o rosto)

Ao olhar a chuva caindo na relva! Que tu possas

senti-la lavando-te das impurezas deste mundo;

E, ao olhar a chama de uma fogueira ou de uma vela que tu possas sentir-me e ouvir-me a dizer-te firmemente: Sou Elendil Elessar ”Estou protegendo-te.”

Fez-se novamente silencio e o acampamento pintou-se de branco com cheiros múltiplos de flores, de relva de musgo, de húmus... Foram os Elfos da Floresta negra de Bjorian que junto com seu Rei o Anfitrião do Povo Cigano vieram dar as boas vindas ao novo Lider do Clã de Cam :O Cigano Mat!

Só se ouve o fogueira crepitando! Todo Povo cigano fica em silêncio quando Mat diz essas palavras do fundo de seu coração.

Esses dias em que passei convivendo com o Povo Cigano que me encantou a uma década atrás eu pude sentir e entender que

Ser Cigano: é partilhar a esperança com meu irmão,

Lutar com todas as minhas forças para vencer o sofrimento,

É ser fraterno com meu semelhante e dizer sempre sim para o amor,

Lutar sempre para que meu mundo e do meu próximo seja melhor.

Ser solidário no momento da dor, como nos momentos de alegrias

Ajudar cada vez mais aos meus irmãos a serem mais irmãos,

Ser livre e saber voar sem possuir asas!

Entendi que voltar ao ninho não somente por precisar de abrigo,

Mas que voltamos também para abrigar.

É crer que a vida nunca é vencida mesmo que a morte chegue,

É sempre acreditar que sempre posso recomeçar,

É renascer, despontar para um novo viver,

Entendi que temos chances de melhorar constantemente,

E assim poder ajudar meu irmão,

Entendi como é maravilhoso olhar feliz que hoje sou melhor que ontem,

Sou livre como o vento, Meu amor aquece como o fogo,

Quero ser forte como as águas! Quero ser como a terra que piso,

Quero carregar comigo a capacidade de estar sempre,

Renascendo a cada novo dia.

Sempre lutar para que o nosso mundo seja melhor,

E amanhã acordar e novamente seguir,

Seguir pela estrada, onde a minha se cruza com a sua,

E que eu possa ser o reflexo vivo do amor Deus!

Ao terminar essas palavras Mat se cala para esperar o que virá...

Todos o aplaudem! Elfos e Ciganos!

E depois dançam em volta da fogueira que parece ter sido ateado pela natureza.

Mat Fala:

- Eu sou Mat! O Lider dos Ciganos da Floresta de Bjorian ! E como meu primeiro pedido : Desejo ter agora para festejar conosco a minha Rainha que se encontra enclausurada! A minha Cigana que por respeito aos costumes de MEU POVO. consenti que não participasse da minha ascensão.

Tragam a minha presença a Cigana Sitandra!

O Krisromani, os Elfos, Os lideres dos povos presente, entreolharam-se. Olharam para Mat que continuava firme! Imponente! Ereto! A espera que sua ordem fosse cumprida. O Kaku e o Barô falaram entre si e no final da prosa o Barô ordenou.

-Vão buscar a minha neta!

As ciganas foram correndo em alvoroço, felizes! Elas amam a Princesa Sitandra! Enquanto os outros festejavam em volta da fogueira, Mat sentado em sua cadeira de líder esperava. De repente ele ouve um rufar de asas, e pensa:

- "Santa Luzia! Que pássaro gigante será esse"?

Os ciganos se assustam e fazem menção correr para se abrigarem, mas Elendil fala acalmando-os.

*= Fiquem! Não tenham medo! Last veio dar as boas vindas, temos um pacto de irmandade.

Os ciganos voltam discretos, ele não deixa de ser um Vampiro. A criatura passa diante de Mat fazendo seus cabelos voarem e pousa a seu lado. Mat fica olhando em silêncio aquele homem de beleza impressionante que vem em sua direção, com a pele branca como cera e olhos azuis cristal e descalço. Mat está imóvel, mas sem demonstrar medo. Ele para diante dele retira uma rosa vermelha do bolso do, sobretudo, entrega a Mat e diz.

= Bem vindo a Bjorian Cigano! Com meus cumprimentos para sua senhora! Estejam a vontade entre nós!

E entrega a rosa a Mat que aceita gentilmente agradecendo! Nisso ouvem um grunhido ensurdecedor e o homem abre as asas e some.. Elendil explica

= É a esposa dele é recém-transformada mas respeita o código.

Mat sorri meio de lado... sentiu um grande arrepio percorrer sua coluna... Mas esquece tudo quando vê sua Cigana chegando em cortejo com as suas "damas" Ela veio trajando um vestido preto sóbrio, um belo chale nos ombros uma flor no cabelo presso e um buque de flores do Campo. Está linda!

Sitandra é viúva! Não pode se casar novamente! É contra a lei do Povo Cigano. Mas estão unidos pelo fogo sagrado e pelo amor.

Mat segurava ainda a rosa de Last. Enfiou entre as flores do buque de Sitandra pegou-a pela mão e foram para junto da fogueira reatar seu juramento de amor..

Enfim eles poderão deixar o velho avô de Sitandra ter o descanso merecido.

....

 

Existem dois poemas usados nessa história adaptado para Le Mat um

Escrito por Silvinha outro Um poema do Blog Filhos do Vento é muito lindo e realista Parabens Cigana Romana


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