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Capa - Joaquim Cortés

Em Busca do Seu “Não Sei o Quê”

Mât voltou ao palco, a quermesse ainda estava no auge da festa, entretanto, não era mais a mesma coisa Mat estava sentindo um aperto no peito.

Tocou a ultima canção "Vivir Sin Aire de Maná" que é muito pedida por estar tocando em todas as rádios. Quardou seu violão na capa com olhar baixo e saiu da festa. As moças o chamaram em alvoroço, ele acenou com a mão como se dissesse :- Bah!

Ficaram boquiabertas! Mât é um cavalheiro, por que ele as deixou ali, paradas? Assim sem quê nem por que! Voltam decepcionadas para festa, vieram apenas para vê-lo e ainda tem muita festa pela frente.

Mat foi em frente pela estrada... Sem rumo... Caminhando lento, pensativo, a estrada está deserta, ele sente que uma espécie de imã lhe puxa por aquele caminho e ele vai... Após andar alguns quilômetros com pensamentos que estão totalmente desalinhados e fervilhando na cabeça também a voz daquele senhor que ressoa... Viva e feliz...

- “Minha Cigana... – O grande amor de minha vida!”

Mât balança a cabeça como se pudesse expulsar esses pensamentos.

Mais adiante ele avista luzes tremulantes como lampiões. Ao olhar pra trás vê que já andou muito e para voltar está tarde e ele está com sede, vai até lá, precisa de água... Ou sei lá! Precisa ir lá... Ao se aproximar ouve músicas e pensa:

= “Santa Luzia! Mais festa”! Eu estou precisando de paz para arrumar minha cabeça! Mas preciso ir até lá estou cansado e com sede.

Oh! Essa música... Ah! Essa música...

Seu coração está tão acelerado que Mât assusta-se. A música o envolve, ele chega perto; é um acampamento Cigano. O povo que o encantou a oito anos atrás.

Mat sente uma doce melancolia, lembra de quando resolveu ser livre como eles.

Chegando a clareira um homem sorridente vem recebê-lo;

- “Mi hijo, es bievenido! Buenas noches! Entraré, y cenare com nosotros”

- ("Meu filho, você está convidado! Boa noite! Vamos lá! Você pode entrar e comer com a gente ")!

=“Gracias! Pero solo quiero un poco d'agua.”

- (Obrigado! Mas eu só preciso de um pouco d’água)

O Povo Cigano é muito solícito e levou Mât a sua mesa para que ceasse com eles. Era o casamento de sua filha, a Ciganinha que dançava para os convidados.

Chamava-se Clarissa e era eximia dançarina. Mât sentou-se e ficou olhando-a dançar, seu coração batia descompassado, aquela cena levava-o a muitos anos atrás quando viu uma outra cigana dançar, uma moça de longos cabelos cacheados que o encantou.

Ela ainda era um rapazola. Sentiu uma saudade imensa. Estava preso em seus pensamentos quando a ciganinha veio servi-lo.

– O que deseja senhor? Uma bebida? Comer?

- Não senhora apenas água e café se tiver.

- Sim! Temos o melhor café! e será preparado por mim aqui na sua frente.

= Aqui na minha frente?

Perguntou Mât sorrindo.

- Sim! Beba a água que já volto.

Enquanto Mât bebia a fresca água da fonte. A cigana voltou com uma bandeja Nela havia: um fogareiro, uma chaleirinha de prata com água quente e um pequeno recipiente de latão que tem um cabo comprido e chama-se “ibrik”.

No ibrik ela colocou o café moído, o açúcar e a água, “nessa ordem”!

O ibrik foi levado ao fogo e o café foi fervido.

- (este é o único método que se pode quebrar a regra de “nunca ferver o café," ele é fervido com o açúcar, assim o amargo da fervura não afeta o gosto).

Ao tirar do fogo é servido imediatamente a Mât em uma xícara de prata para manter o calor, sem coar, com três gotas de conhaque de uva e canela. Mât fica maravilhado com o sabor da bebida.

- Muito bom senhora!

Tudo isto, a delicadeza e doçura da nubente o faz voltar ao passado a vontade de ver aquela Ciganinha dançarina é imensa. Mat perguntou sobre esse Povo que morava no interior de uma floresta, não souberam informar porque os Ciganos não têm vizinhos, não fincam raízes. Mât passou a noite no acampamento a festa oi até o amanhecer.

Logo pela manhã despede-se agradece pela estadia e vai para casa arrumar suas malas, está decidido a encontrar os Romanis que o protegeram e cuidaram

naquela noite. Ele não sabe onde se localiza a floresta, nem se ainda estarão lá, já que Ciganos são nômades. Mas começa um caminho inverso a procura de “Sua Cigana” Lembra do Senhor Que fez mudar todo o rumo de sua tão sossegada vida. E com um sorriso largo e o coração confiante, ajoelha-se e pede a Santa Luzia que não seja tarde. Que ele possa encontrar como aquele senhor...

A “sua Cigana”

E assim parte Lê Mât na sua viagem em busca do seu “não sei o quê”!

Talvez ele encontre o portal e atravesse....

....

 


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