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Capa - Joaquim Cortés

A Alma Cigana

E assim passaram dias, meses, anos e Sitandra permaneceu fiel ao seu cigano.

Ele confia muito em sua mulher, mesmo quando fica dias viajando a trabalho.

- Até que certo dia, alguns ciganos Sintis adentram o acampamento com um corpo jaz sobre a montaria, o sexto sentido de Sitandra avisou... Ela foi correndo ao encontro deles... E como ela previu Era o seu cigano que estava morto ... Havia sido assassinado em uma briga por seus companheiros de viagem.

Os Ciganos quando saem em viajem à negócios preferem ir acompanhados, porque uma viagem solitária não é agradável para um cigano. Para onde vão, eles precisam que tenha alguém em sua companhia para tornar o caminho agradável. E a escolha dos companheiros é muito importante, os Ciganos fazem simpatias, escolhem as iniciais para que não se repita os nomes, os sobrenomes, nem mesmo apelidos. - Nessa ultima viagem ele não foi movido pela justiça e pela inteligência... Ramirez aceitou quem se ofereceu para ir com ele!

Aceitou a companhia de três homens que se ofereceram e os três tinham iniciais H. no nome, homens intragáveis que se deixavam levar por fanfarronice, e bebedeiras, justamente o que fez com que brigassem acabando na morte de Ramirez. Sitandra ficou desolada com a morte de seu cigano. Nesta noite enquanto velavam o corpo ela fez a dança fúnebre com receio e pesarosa do que lhe aconteceria doravante. Sitandra é um mulher ágil, gosta de seus afazeres, tem disposição e alma livre e uma viúva cigana deve permanecer em luto, fazendo cerimônias para seu esposo morto. Pelo menos durante o ano da “Pomana". São feitas periodicamente até completar um ano de morte. Os ciganos costumam fazer oferendas aos seus antepassados também nos túmulos. O que se refere à morte, o luto pelo desaparecimento de um companheiro dura em geral muito tempo. Junto aos Sintis prevalece o costume de queimar-se a kampína (o trailer) e os objetos pertencentes ao defunto. Os ciganos acreditam na vida após a morte e seguem todos os rituais para aliviar a dor de seus antepassados que partiram. Antes do sepulcro, os parentes do cigano morto, colocam uma moeda de ouro entre suas vestes dentro do ataúde para que possa pagar ao barqueiro que leva a alma para o lugar de direito, o grande rio que separa a vida da morte.” .

As leis dos Povos Ciganos são muito rigorosas, mas ninguém conhece a fundo a fundo como foi formada, porem entre elas: as viúvas ROM não podem se casar novamente. As mulheres não podem praticar a prostituição, sob pena de expulsão permanente do clã. Sitandra cumpriu seu dever de esposa e viúva com afinco, quando quis partir seus parentes não permitiram, para isso ela teria que abdicar do Clã. E ela não “se conhece” além dos arredores da floresta. Como poderia deixar de ser cigana?

Sitandra passou a vender de porta em porta, os ROM Karakhan são artesãos de cobre e quiromantes. Ela também passou a ler mão, se apresentar em casamentos e qualquer outra cerimônia que exigisse a presença de uma dançarina cigana. Um dia, em uma cerimônia de casamento ela achou ter encontrado o "jovem Frances" que ela conheceu em um dia especial de sua vida. Em meio a dança aproximou-se dele e pediu que a deixasse ler sua mão com o intuito, de que ele visse o anel com a pedra vermelha que estava junto com o anel de cabelos que ela voltou a ostentar.

- Mas o rapaz nem notou! Estava muito entusiasmado com as moças que exigiam a presença dele. Sitandra ficou decepcionada! Como poderia ter errado tanto? Mesmo assim leu a mão do rapaz que nem estava prestando a atenção, ele era muito ágil e serelepe. Sitandra parou de ler e ele nem percebeu que ela parou na metade da leitura. Agradeceu e foi ter com as ciganas que o rodeavam.

Desde esse dia Sitandra resolveu que pedir ajuda para ser livre... Mas não queria abdicar de seu Clã!

- O fogo é o ponto de encontro para os jovens e velhos. E em todo os clãs ciganos, os idosos são os merecedores da mais alta estima e respeito. Por isso Sitandra procurou o mais velho Cigano para pedir um grande favor, uma ajuda.

Para os ciganos suas crenças e seus aparatos místicos são fundamentais. Seu amor pela família e pelo Cla, sua consciência que é o seu reto proceder~.

São obedientes às leis universais, como “não roubar e não matar”.

Quando um cigano ou uma cigana infringe as leis é convocado o Tribunal de Justiça ou o “Kris-romani”, formado por ciganos idosos ou pelos mais velhos do grupo, que julgam os infratores, procurando exercer seu papel com o mais alto sentido de responsabilidade e respeito. Somente os homens podem se manifestar. No caso de o infrator ser uma mulher, o que é o caso de Sitandra, que quer ir embora sem ser excluída do seu Clã, um homem falará por ela fazendo seus apelos e oferecendo suas explicações ou justificativas. Foi assim que Sitandra ganhou liberdade por seis meses, se passasse desta data ela não mais poderia voltar.

Sitandra saiu em busca de sua liberdade que já estava em seu coração, mas que ela não via, não conseguia enxergar. Sempre acatou os ensinamentos ciganos, mas como era muito geniosa não queria permanecer viúva de alguém que ela nem escolheu para amar. Disse tudo isto ao cigano idoso que a ajudou a sair da tribo. E assim a Bela cigana procurou encontrar sua liberdade lendo mãos e cartas por vários países nesse pouco tempo que lhe deram.

A Alma da Cigana Sitandra é como um pássaro que não quer ser aprisionado... Ele pousa apenas aonde encontra alento e amor... Mas que precisa estar livre para voar se assim desejar... É fiel aos seus sentimentos e não aceita que lhe peçam provas... Quando ama... Sente a intensidade do amor percorrer cada célula de seu corpo... E a alma se Sitandra que de tão transparente e tão lúcida, suscita de paixão... Ela dança para esquecer as marcas em seu coração... Seu rodopio entre véus e moedas a faz esquecer a ingratidão deste mundo e se entregar a magia que encanta sua alma e repousa seu espírito... Ela quer tão pouco dessa vida...Quer uma fogueira para dançar em volta... Lençóis macios para amar... A lua e as estrelas como testemunha do seu amor... A brisa da madrugada e nada mais encobrindo seu corpo que dança... E quando os primeiros raios do sol nascer... Ainda quer ter preso entre seus dedos uma taça de vinho seco... Os olhos amoroso de seu amado.... Lançar a sorte a todos e como recompensa recebê-la de volta...

“Assim, é a alma da cigana Sitandra! Como ela poderia viver presa ou prender alguém?”

 


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