Mat Dança Kaldarash
- Katia Kristina
- 21 de set. de 2016
- 5 min de leitura
No dia seguinte o Sol majestoso acordou os dois amantes.
Eles contam entre os dois o que aconteceu em suas vidas. Tudo por que passaram.
Sitandra conta a Le Mat que havia feito um feitiço para ele não a esquecer e que tinha sofrido muito com isso e se arrependido, pois foi coisa de adolescente e pediu desculpas. Mat disse a ela que esse feitiço não valeu, porque ele estava enfeitiçado antes que ela sumisse da festa, Mat revelou que ficou desesperado quando ela sumiu e depois de um tempinho pensou que talvez ela tivesse feito de propósito para que ele a seguisse, não conhecia os costumes de sua gente. E seguiu seu perfume até o rio onde ela se banhava sob a luz da lua. Ele ficou encantado com a luminosidade da lua em sua pele branquinha e ao invés de se aproximar apenas olhou aquele maravilhoso quadro. Notou que Sitandra não fez para que ele a seguisse, porque ela estava serena, não olhava ansiosa para a margem. Se distraiu olhando-a quando sentiu um tapinha em suas costas. Assustou-se, mas tapou a boca com as mãos, não queria que a menina soubesse o quento ele foi cafajeste. Era Galeno que saiu em busca dos dois. Mat pediu perdão, disse a ele que não conseguiu evitar. Então para sua surpresa Galeno disse a ele.
- Do que voce está falando meu rapaz? Não estou vendo nada por aqui, voce está?
Mat entendeu a benevolência daquele Cigano por seu amor impossível por Sitandra. Talvez ele já houvesse vivido algo parecido em sua mocidade e respondeu do fundo do coração:
= Não Senhor Galeno! Mat não ver nada por aqui Mat estar sonhar com a Lua.
O Senhor Galeno disse ;
- Então voltemos para festa! Se não ha nada aqui, não tenho nada do que falar quando chegarmos lá.
O velho Cigano pôs a mão no ombro do rapaz e foram conversando sobre a beleza da festa. Mas a imagem de Sitandra povoou os dias solitário do francês lhe trazendo alento.
Sitandra o abraçou apertado, estava feliz por saber que foi o amor que os manteve unidos e não um feitiço de adolescente.
Sitandra voltou para “casa” ainda dentro do prazo estipulado pelos anciãos ciganos. Para que ela volte ou fique para sempre longe dos seus.
Ela perguntou a Mât se gostaria de voltar com ela. Ele disse que é o que mais deseja, mas, ele é um gadgê, teme não ser aceito. A Cigana muito honestamente lhe diz que será difícil. Mas se ele realmente quiser não será impossível. Se despediu do seu amor com o coração apertado pela nova separação e foi para o acampamento na floresta, Achou melhor deixar Mât decidir sozinho.
Quando chegou no acampamento, depois dos abraços de boas vindas procurou seu avô e contou a ele o que estava acontecendo e pediu que ele lhe ajude se caso Mât queira estar entre eles. O velho Cigano prometeu ajudar.
Ele é um dos sábios que lideram o acampamento terão que lhe dar ouvidos.
-- Sitandra espera.
Todos os dias vai para entrada da floresta esperar, ela confia em seu amor. Volta triste, mas com o coração calmo. Até que um dia, quando Sitandra foi a cidade para trabalhar no Parque de diversões perto da entrada da floresta com a leitura das mãos... Avistou Mât que cantava rodeado de moças. Sitandra ficou triste em ver que ele estava tão perto e não a procurou. Pôs um lenço na cabeça deixando somente os olhos de fora, sentou na ultima fila e ficou ouvindo Mât tocar.
Ele tocava maravilhosamente! Todos aplaudiam e ele jogava rosas. No final sobrou uma Rosa vermelha... Ainda haviam moças sem flores, elas pediam quase chorando que ele lhes desse, esta ultima rosa.
Mât beijou a ultima rosa, colocou-a no bolso de sua camisa branca e disse:
- Não posso! A última rosa é da minha amada.
O coração de Sitandra quase parau. Ela pensou triste:
= “Ele tem alguém que ama, por esse motivo não foi até mim.”
Mât continuou contando para as moças;
-Minha amada é uma linda Cigana que mora por esses arredores, Eu sou Frances, um intruso em sua família, estou estudando sobre os costumes do Povo Cigano para pedir sua mão em casamento. E eu tenho certeza que vão me aceitar, pois, já aceitei até a sua religião e sei dançar como um verdadeiro cigano.
As moças gritavam:
- DANÇA Lê Mât. Dança para nós!!
Mât pensou um pouco... E perguntou.
- E quem vai tocar para mim? Não posso dançar e tocar.
Lá no fundo havia um cigano do povo de Sitandra vendo o show que ao vê-la chorar entendeu tudo. Ele levantou e gritou:
- Eu posso tocar para você francês! Sei tocar muito bem.
E também serei seu juiz se você merecer aquela Cigana eu irei ajudá-lo.
O rapaz subiu ao palco pegou a viola de Mât e dedilhou forte. Traaaaaammmmmmm para sentir o som, exclamou:
- PERFEITA!! Vou tocar para você o som Kaldarash, e julgarei seu amor demonstrado em seus passos.
Mât orgulhoso aceitou o desafio, Sitandra de seu esconderijo tremeu.
– Oh Santa Sara minha adorada Kaly e se ele na conseguir...
Mât preparou-se foi para o meio do palco, abaixou seu chapéu de panamá até os olhos, Juntou as pernas, corpo estendido como os toureiros, uma das mãos no cinto e a outra solta.
Começaram os acordes da música e Mât tocou o chão com os calcanhares com ligeireza, força e elegância. Manteve a mão no cinto, que reluzia por baixo de seus dedos. E sapateava no ritmo Kaldarash como um verdadeiro Cigano. O rapaz se empolgou, apertava o som e Mât não se perdia, dançava como um verdadeiro gitano. Mat não procurou nenhuma academia nem aulas de dança, porque quando um cigano dança, ele faz com a alma, o coração e os movimentos naturais do corpo, sem nenhuma coreografia pré-concebida.
"E Mât quer ser um cigano não um gadji estilizado".
Ele sabe que para uma dançarina cigana “Marcar o cigano, é prendê-lo”;
Isso é, não dar liberdade para os seus movimentos. E Mât gosta da emoção espontânea e do inestimável encanto que uma Cigana nos transmite quando dança com toda a sua desenvoltura, arte e beleza.
Mât usou um estilo de dança flamenca, com seus movimentos característicos de braços e de tronco, tem certa similaridade com a dança clássica Kaldarash.
Os movimentos são centrados na região do tórax e é usado o máximo de espaço acima da cabeça para executar os movimentos de braços e mão. Depois de dançar maravilhosamente Mat para com elegância oferecendo a dança aos presentes com um gesto com as mãos
No seu "la Grand Finale" Mât foi aplaudido compulsivamente.....
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Imagem - Joaquim Cortés